Padilha é uma família nobiliária
portuguesa. Nome originário em homenagem a segunda esposa de
Pedro I de Castela Dª. Maria Padilha de Castela, da Casa de Padilha (Antiga Família Padilla), em
Castela na
Espanha Ibérica, pertencente a
Dinastia de Borgonha. Padilha foi uma família efetivamente ligada à Casa Real Portuguesa, com vínculos à Casa Real Espanhola, e a todas da Europa, e dela houve quatro Mestres da
Calatrava e um da
Santiago e, durante muito tempo, o cargo de Adiantado-Mor de Castela.
Significado
Padilha é a pronuncia, aportuguesada, originária da palavra espanhola padilla, cujo, em castelhano, é o nome dado a uma ferramenta utilizada por padeiros; também podendo se referir a um determinado tipo de forno de pedra, ao qual se utilizavam pás de cabo longo para posicionar os alimentos no interior. Esse nome foi adotado pelos descendentes de Maria Padilla, cujo nome foi alterado para Maria Padilha após seu casamento com Dom
Pedro I de Castela.
[Origem
Maria de
Padilla (filha de Juan Garcez de Padilla, o senhor de
Villagera, e de Maria de
Henestrona) foi apresentada a Dom
Pedro I por intermédio de João Afonso de
Albuquerque, o
Conde de Albuquerque, mordomo-mor de
Maria de Portugal( rainha de Castela) e artífice do casamento de Dom Pedro I de Castela, com
Branca de Bourbon. Maria de Padilla tornou-se amante de Dom Pedro I de Castela e passou a influenciá-lo nas mais importantes decisões. Foi graças a Maria de Padilla, em
1353 que Dom Pedro I de Castela, o jovem rei de 19 anos, escolheu governar como um autocrata apoiado no povo. O que lhe valeu o apelido de
Justiceiro.
No dia
25 de fevereiro, de
1353,
Branca de Bourbon chegava em
Valladolid, com seu séquito chefiado pelo
Visconde de
Narbona, mas Pedro I encontrava-se em
Torrijos com Maria de Padilla prestes a dar à luz. Em
3 de junho, do mesmo ano, houve a cerimônia da boda de
Pedro I de Castela com
Branca de Bourbon, apadrinhada por Dom Juan Afonso de
Albuquerque e sua tia Leonor de
Aragão. Três dias mais tarde, o rei voltou para
Puebla de Montalbán, onde Maria de Padilla o aguardava. Após uma breve reconciliação em
Valladolid, Dom Pedro I de Castela partiu, juntamente com Maria de Padilla, para
Olmedo, onde se casou, secretamente, com Maria e abandonou sua esposa. Após o casamento com Dom
Pedro I de Castela, Maria de Padilla muda seu nome para
Maria Padilha para adequar-se a pronúncia dialética de
Olmedo. Nascendo, assim a linhagem da família Padilha. A Casa Real de Padilha.
O partido político, adverso a Pedro, descobre que ele havia se casado, secretamente, com Maria Padilha e exerce pressão política contra o reinado de Pedro. Don Beltran de la Sierra, núncio do papa, intimou o rei a retomar Branca como sua esposa. O rei, entretanto, preferiu mantê-la presa, levando-a de
Siguenza para
Jerez de la Frontera e para
Medina Sidonia até que em
1361 Branca de Bourbon é envenenada pelo ballestero Juan Perez de Rebolledo.
- Beatriz, infanta de Castela (Córdoba, 23 de março de 1354-1369 Tordesillas), freira na Abadia de Santa Clara;
- Constança, infanta de Castela (Castrojeriz, Castela, julho de 1354-24 de março de 1394 no castelo de Leicester) casada em 21 de setembro de 1371 ,em Roquefort-sur-Mer, na Aquitânia, com João Plantageneta de Gaunt, João de Gaunt ou João de Gand (Flandres1340-1399), Duque de Lencastre, filho de Eduardo III de Inglaterra e Filipa de Hainaut, viúvo desde 1369 de Branca de Derby. Foi pretendente de 1372 a 1387 ao trono castelhano, chegando a se intitular “Rei de Castela”. Teve uma filha, Catarina de Lancaster ouGaunt (morta em 1418) que em 1388 casou com Henrique III de Castela (morto em 1406), irmão de Fernando III de Antequera, filhos deJoão I de Castela.
- Isabel, infanta de Castela (nascida em Morales no verão de 1355 e morta em 23 de novembro de 1393) casou-se em Hertford em 1 de março de 1372 com Edmundo Plantageneta de Langley (1341-1 de agosto de 1402), Conde de Cambridge, em 1385 Duque de York, irmão do precedente pois era o 4º filho de Eduardo III de Inglaterra e Filipa de Hainaut. Tiveram três filhos: Ricardo (1375-1415), Conde de Cambridge; Constança e Eduardo Plantageneta (1373-1415); em 1390 Conde de Rutland.
- Afonso, príncipe herdeiro de Castela (Tordesillas, 1359-19 de outubro de 1362).
Dos descendentes de Maria Padilha, o primeiro que passou a Portugal foi
Pedro Norberto de Arnot e Padilha, que foi Secretário do
Paço, na Repartição do
Minho. Ele procede de
Diogo Miranda de Padilha, que viveu no reinado de Dom
Sancho III, de
Navarra (
994-
1035). O segundo de que temos notícia é
Lopo Fernandes de Padilha, que, no reinado de
Dom Fernando, fez parte da comitiva da princesa Dª.
Beatriz, quando de seu casamento com Dom
João I de Castela. No reinado de Dom
João III de Portugal, foram concedidas cartas de armas: em 30 Abr 1530, a
Dom Bartolomeu Fernandez Padilha, escudeiro da casa de Dom
João III de Portugal, e em 23 Ago 1532, seu irmão,
Dom Francisco Fernandes Padilha, por descenderem dos
Padilha de Castela. Na igreja do
Convento do Carmo, do lado do
Evangelho, logo no princípio da nave, defronte do
claustro, foi construído o carneiro de jazida dum
fidalgo castelhano,
Cristóvão Fernandes Padilha, a quem Dom
João III deu o foro do
escudeiro fidalgo e o foro de brasão de armas. Esta capela, no
séc. XVIII, pertencia ao conhecido autor das
Raridades da Natureza,
Pedro Norberto de Hancourt Padilha,
cavaleiro fidalgo e
escrivão do desembargo do
Paço.
- Da Casa de Padilha: Um escudo pleno, contendo três pás de prata, em posição vertical, sobre fundo azul, cercado por nove meias-luas, em prata, sendo três acima das pás, três abaixo das pás, uma à direita das pás e duas a esquerda das pás; Um timbre de Águia Imperial Nascente, de cor negra com adornos prata; Um virol, na cor azul e negra, aos pés da Águia Imperial; Dois Paquifes, um a cada lado do Escudo Pleno, nas cores azul e prata
]As Cores
Para cada cor do brasão da Casa de Padilha existe um significado singular.
- Prata: pureza, integridade, firmeza e obediência
- Azul: zelo, lealdade, caridade, justiça, lealdade, beleza e boa reputação.
- Negro: prudência, astúcia, tristeza, rigor e honestidade.
Conhecida como Águia Imperial Nascente, por ser a insígnia peculiar do Sacro
Império Romano. Representada em cor negra, ornada em prata, com as asas abertas, de pontas voltadas para cima, a cauda espalmada, as pernas abertas com as garras estendidas, a cabeça voltada para o flanco direito, ereta, com a língua de fora. —Essa é a posição estendida.
A
águia pode ser vista, figuradamente, como símbolo de força, de grandeza e de majestade. Foi muito usada em brasões de exércitos, figurando nos estandartes de Ciro, rei dos Persas, e, mais tarde, durante o segundo consulado de Mário, encimando as lanças que eram insígnias das legiões. Na simbologia cristã aparece como possível símbolo da ressurreição e o triunfo de Cristo e do cristianismo. Foi também o símbolo da alma humana, o símbolo das artes. Chama-se de águia o homem muito perspicaz, penetrante, que vê longe; superior em inteligência.